No Brasil, as formigas, na terra, criam o sonho diário (Antfilm). Na Espanha, as ilhas exigem existência ficcional (Bloom). No México, filmar a terra é criar reparação e fazer justiça (El Chinero, un cerro fantasma). No Irã, a história das grandes construções é atravessada pela produção de arquivos ficcionais, uma reparação pelas imagens da terra. Ao olhar a terra, achar nela os vestígios das violências cometidas contra todos os viventes. A terra se prova a si mesma (Cenas de Extração).
Como alguém pode ir contra o sistema quando se faz parte dele?
San Borondón é uma ilha mítica que aparece e desaparece. Ela tem aparecido em mapas ao longo da história nas proximidades da Ilha Canária. A lenda da ilha de San Borondón tornou-se tão difundida que, durante os séculos XVI, XVI e XVIII, foram organizadas expedições para encontrá-la e conquistá-la. Após séculos de esquecimento, ela finalmente foi encontrada.
O filme revela a produção paralela de pesquisas geológicas e etnográficas por meio de filmagens geológicas amadoras e pesquisas cinematográficas oficiais produzidas pela British Petroleum no Irã e em toda a Ásia. Cria uma constelação de arquivos da história visual dos métodos de "Sismografia de Reflexão" para a exploração de petróleo, que foi amplamente testada no Irã, apesar de sua natureza destrutiva. O filme é um ato de ouvir as imagens da extração.
El Chinero é um local no deserto de Baja, Califórnia. Apesar de seu nome, existem poucas provas sobre uma tragédia que ocorreu nesse local em 1916. Centenas de imigrantes chineses morreram enquanto fugiam da violência no México continental. Como é possível preencher o vazio com imagens, construir um arquivo onde não há nenhum?