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Fronteira Festival anuncia mudança para Brasília e recebe 1021 inscrições de 47 países diferentes

Publicado em 29/07/2023

Depois de quatro edições em Goiás, o Fronteira será realizado de 29 de agosto a 3 de setembro de 2023 na capital do país. 

O Fronteira -Festival Internacional do Filme Documentário e Experimental recebeu 1021 inscrições de filmes, de 47 países diferentes, para a Mostra Cineastas na Fronteira, nova sessão contemporânea do evento. Destas obras, 781 são curta-metragens, 240 longa-metragens e 768 filmes são brasileiros. O intuito do festival é o de exibir títulos em sua maioria inéditos no Brasil, que formulam experiências provocadoras de cinema documentário e experimental. Em breve, será divulgada a lista de filmes selecionados e a programação completa do evento.

O Festival

O Fronteira terá sua quinta edição no Cine Brasília, de 29 de agosto a 3 de setembro de 2023. Desde a sua primeira edição, dedica-se à exibição de filmes que apostam na necessidade de pensar o mundo por meio do cinema, levando em conta as reflexões e lutas que ele provoca, como lugar de experiências singulares entre tudo que vive e pode se tornar imagem ou fonograma. O objetivo do festival é propor novos modos de percepção e apreensão do mundo, entendendo o cinema como prática estética e política. 
Pela primeira vez realizada fora de Goiás, essa edição acontece depois de quatro anos marcados por uma pandemia e uma crise da indústria cultural no Brasil e no mundo. Em 2023, o Fronteira é uma co-produção Júpiter Filmes e Barroca Filmes com apoio do Fundo de Apoio a Cultura do DF.

A Fronteira

Esta quinta edição do festival refunda limites na medida em que desloca-se de Goiânia para Brasília, seguindo uma narrativa que se dá a partir do lugar de imaginação do território, o Centro-Oeste brasileiro, mais especificamente o DF e Goiás.
Na obra “Fronteira: a degradação do outro nos confins do humano”, o sociólogo brasileiro José de Souza Martins, orienta que, a fronteira é um modo de compreender a ocupação do território brasileiro, assim como uma forma de mediação com o processo histórico americano.O pensamento de Martins, para Marcela Borela, uma das diretoras do festival, está em sintonia com a ideia de que Goiânia e Brasília são consideradas "Cidades Novas de Fronteira", conceito de Luiz Sérgio Duarte da Silva na sua obra "Brasília: modernidade e periferia". 

Segundo Borela, este tipo de cidade foi construída no "meio do nada" como obra do estado nacional para ocupar o território e modernizar o país. “Ambas são "cidades planejadas" mas com inventores diferentes em momentos diferentes. Goiânia é filha da Revolução de 1930, imaginada e construída por Vargas. Ela é sinal da derrota das oligarquias rurais da antiga capital Goiás Velho, em virtude da subida da burguesia liberal local. Já Brasília é ao mesmo tempo que o aprofundamento da fronteira agrícola ao norte, o maior acontecimento civilizatório do oeste, com toda sua densidade colonizadora”,  diz Marcela, aproximando as duas cidades. 

Nova identidade visual

Além de uma casa nova, o Fronteira apresenta uma nova identidade visual. Com o desejo de imaginar a re-fundação do evento, surge uma história do território com formigas: a simulação de uma perspectiva isométrica da edificação do Cine Brasília, projetado por Oscar Niemeyer, tomado por elas. Assinada pela artista visual Ana Flávia Marú, a proposta expõe que “no coração de Goyaz, as formigas já estavam, antes do projeto, antes de Brasília, antes de Goiânia, estavam lá, junto com as emas, com os ratos candangos, com os seres humanos e outros que humanos que habitavam, sonhavam, dançavam, cantavam sob a terra esfolada pelo hálito do monstro”. A fala é da própria Ana Flávia, que tem trabalhos em diversas técnicas como pintura, desenho, audiovisual, além da apropriação de arquivos e objetos existentes. Marú integra ainda o grupo de pesquisa e prática História Natural de Goyaz (Goiânia, 2019) e atualmente é mestranda no Programa Projeto e Cidade na Universidade Federal de Goiás
Marú conta como chegou ao resultado final da arte: “a imagem que construí se formou com a luz solar, sobre o químico ainda com tom esverdeado. Depois de seis minutos sob o sol goiano lavei o papel e o azul apareceu, dando contorno e nitidez pras formigas.

O azul que dá contorno às formigas é a cianotipia, azul conhecido como azul da prússia”. 
Acesse as redes sociais do Fronteira para mais informações e salve a data!

SERVIÇO: 
V Fronteira -Festival Internacional do Filme Documentário e Experimental  
29 de agosto a 3 de setembro de 2023
Cine Brasília, SQS 106, Asa Sul, Distrito Federal