Publicado em 14/04/2018
Programação do festival vai até 21 de abril, no Lumière Banana Shopping
O terceiro dia do IV Fronteira – Festival Internacional do Filme Documentário e Experimental (14/04, sábado) reserva ao público masterclass sobre a obra e o estilo de Roberto Rossellini, mostras especiais e a continuação da Competitiva Internacional de Longas-metragens. A programação se estende até 21 de abril de 2018, no Cinema Lumière do Banana Shopping, no Centro de Goiânia. Os ingressos podem ser adquiridos a R$8 inteira, R$ 4 meia e R$ 70 o passaporte para todas as sessões.
Masterclass – Das 9h às 12h, o pesquisador e curador italiano Adriano Aprà inicia sua masterclass, que apresenta uma reconstrução cronológica da carreira de Roberto Rossellini, mencionando seus curtas-metragens, a trilogia de guerra (La nave bianca, Un pilota ritorna, L'uomo dalla croce), a trilogia pós-guerra (Roma città aperta, Paisà, Deutschland im Yahre Null/Germania anno zero), do neorrealismo à modernidade (from L'amore to Angst/La paura), em direção à enciclopédia histórica (de India Matri Bhumi a Illibatezza) e a própria enciclopédia histórica (de L'età del ferro a Le Centre Georges Pompidou). Adriano Aprà apresentará também os temas e estilos de Rossellini: a obsessão pela guerra, rumo a um novo realismo, o confronto com o Outro, plano/contraplano versus plano-sequência, animais, os planos bidimensionais de filmes históricos, as novas tecnologias e economia de produção, a dialética feminino/masculino e o cinema ensaístico de Rossellini. A masterclass se encerra no domingo es inscrições, gratuitas, serão feitas no local.
Visões da Destruição – Dividida em três programas - Eminências da Morte, Janelas Para o Horizonte e Reviver o Mundo -, esta mostra reúne olhares de reinvenção a partir da “morte” do cinema. No Programa 2 – Janelas para o Horizonte, às 14h20, serão exibidos os filmes A Vila (La Villa), de Jean-Claude Rousseau (France, 2017, 11 min) ; Fosfeno, de David Gómez Alzate (Alemanha, 2018, 11 min); Entre Relaçcionar e Usar (Between Relating And Use), de Nazli Dinçel (Argentina / EUA, 2018, 9 min); Aliens, de Luis López Carrasco (Espanha, 2017, 23 min); Coração da Montanha (Heart Of A Mountain), de Parastoo Anoushahpour, Faraz Anoushahpour e Ryan Ferko (Taiwan / Canadá, 2017, 15 min); Ladridos, de Yuji Kodato e Gabriela Ruvalcaba (Cuba / Brasil / México, 2017, 9 min); Cavalgue Como um Raio, Exploda Como um Trovão (Ride Like Lightning, Crash Like Thunder), de Fern Silva (EUA, 2017, 8 min); e Conforto das Estações (Comfort Stations), de Anja Dornieden e Juan David González Monroy (Alemanha, 2018, 26 min). A classificação indicativa da sessão é 18 anos.
Atualizade Rossellini – Às 16h40, a mostra retrospectiva Atualidade Rossellini traz Roma Cidade Aberta (Itália, 1945, 100 min, classificação: 16 anos), com apresentação do curador Adriano Aprà. Histórias de vida se cruzam, enquanto Roma é ocupada pelos nazistas. Pina ama Francesco, um tipógrafo ilegal. Manfredi é o líder do movimento de resistência romano. O padre Pietro, um pároco, ajuda a resistência através da transmissão de mensagens e dinheiro. O comandante da Gestapo na cidade, com a ajuda do comissário de polícia italiano, captura Giorgio e o padre e interroga, violentamente, Giorgio. Eles tentam usar as crenças religiosas de Pietro para convencê-lo a trair sua causa, insinuando que ele se alinha com ateus. Pietro responde que alguém que se esforça para ajudar os outros está no caminho de Deus, quer acreditem n’Ele ou não. Quando Don Pietro ainda se recusa a ceder, ele é executado.
Competitiva Longas – Às 18h50, a Competitiva Internacional de Longas-metragens traz o filme belga Tremor – É Sempre Guerra (Tremor – Es is immer Krieg), de Annik Leroy (Bélgica, 2017, 92 min). O filme é conduzido pelas vozes que o atravessam – as vozes de poetas e loucos, de uma mãe ou de uma criança. Do pensamento auto reflexivo aos relatos espontâneos, das declarações dos testemunhos à pura ficção, eles falam por sua experiência de violência e guerra.
Cineastas na Fronteira – A sessão das 21h é dedicada à obra do canadense Stephen Broomer Potamkin (Canadá, 2017, 67 min), com comentários do próprio cineasta. Em 1933, aos 33 anos, Harry Alan Potamkin morreu de complicações relacionadas à fome, numa época em que ele era um dos críticos de cinema mais respeitados do mundo. Em seus escritos, ele defendeu um cinema que abraçasse simultaneamente as fraturas e a polifonia da vida moderna e a visão social equitativa da política radical da esquerda. Esta biografia de filme é montada em fragmentos distorcidos de filmes sobre os quais ele escreveu, uma impressão de consciência em erupção.